Um blogue criado a pensar em todos aqueles que, assim como eu, foram vítimas de stalking. Um espaço de discussão sobre o tema, que pretende esclarecer e influenciar os legisladores nacionais.
"Dia 21 de Fevereiro faz 10 anos que me divorciei. Na altura violência doméstica apesar de ser crime público e numa pequena vila como a que eu habitava, era para ficar entre marido e mulher. Verdade seja dita, nunca tive uma única nódoa negra. Mas não conseguia ir ao supermercado sem ser acompanhada pessoal ou telefonicamente, a factura detalhada do telemovel tinha que ser explicada, o tempo que passada na internet era controlado, só falava na rua com quem me era permitido. A manipulação, o insultar-me, o tratar-me mal verbalmente era uma constante. Deixei de ser pessoa para ser uma coisa. Nas ultimas semanas em que vivi debaixo do mesmo tecto, era tirada da cama pelos cabelos e posta na rua, em pijama, descalça e tinha que implorar para entrar. Quando sai de casa, acompanhada por 3 GNR e depois de pensar que iria morrer porque... ele queria atirar-me da varanda porque segundo ele "se não és para mim não és para mais ninguém", voltei a casa dos meus pais. Claro que numa terra pequena e preconceituosa a culpa é sempre da mulher. Demorei 3h a que aceitassem queixa na GNR porque diziam-me eles "ó menina, é amor". Mas não: amor não é retirarem-nos a nossa alma e ser. Nos meses e anos seguintes, ele esperava por mim em frente ao meu local de trabalho em datas que tinham algum significado para nós. Até uma amante dele me procurou no trabalho, porque ele obviamente voltou a repetir o comportamento com outras pessoas. Claro que eu sempre fui a má da fita, mesmo para os advogados dele, e ele o bonzinho que foi magoado por uma mulher.
Depois... fugi para longe, recomecei do zero, fiz terapia e tornei-me na pessoa que sempre fui, mas mais forte. Há uns meses ele tentou contactar-me: tive um ataque de pânico. Foi preciso amigos virem dormir a minha casa para me acalmarem e porque não conseguia estar sozinha. Era como que se o meu maior pesadelo se tornasse realidade: ele me encontrasse e me fizesse reviver tudo novamente! Apesar de tudo o que já fiz, de todo o tempo que passou, continua a ser a pessoa que tenho medo: medo que me encontre, que me persiga, que me magoe. Na alma. Não no corpo. Porque as nódoas negras curam-se. As feridas na alma ficam sempre abertas."
Ola sou casada há 10 anos com uma pessoa de cultura diferente e compreendo bem quando diz violência verbal, pressão psicológica. Anulei-me totalmente emagreci tornei me um bicho que gosta de estar isolada, por vezes ha contacto fisico mas nunca para deixar marcas, puxões de cabelo, insultos, cadeiras a voar, copos partidos, ameaças de me que me tira os filhos. Cheguei a pensar que o erro era meu, que eu era a culpada mas hoje vejo que não é assim. A culpa não é minha a verdade é que não tenho coragem de o deixar, eu gosto dele e ele nem sempre é assim, parece que por vezes veste a pele de lobo outro de cordeiro. Infelizmente dependo dele financeiramente, e de momento sinto me tão fraca tao farta de lutar que não quero passar por uma batalha. Vou acreditar que segundo algumas pessoas me dizem com a idade ele muda..........o problema é se eu quero esperar para ser feliz, de facto é de elogiar todas as mulheres que têm coragem para dar o passo, eu actualmente ainda não consigo, pois não tenho ninguém a quem recorrer não tenho familia a quem possa pedir abrigo e protecção. O meu desejo é de facto acordar pois sinto me adormecida e lutar por quem eu sou. Obrigado por lerem o meu testemunho
Por favor não fique na expectativa de que ele vai mudar... " a pele de lobo e cordeiro" são sem dúvida as duas faces desse homem que sabe que a controla tanto no bem como no mal. Acredite em si, no seu potencial como MULHER voce não precisa destes abusos alias assim nunca vai encontar os tais momentos de felicidade, esses que voce mereçe e os seus filhos tambem! Eu não tenho nenhuma experiencia directa com este tipo de situações, mas Sou MULHER e ser MULHER é aproveitar na plenitude de todas as nossas capacidades a vida, por favor não se limite a sobreviver... VIVA !